29 de abr. de 2013

O MUNDO DE GATSBY

           De início, gostaria de dizer que ''O Grande Gatsby'' é um dos melhores livros que já li em meus dezesseis anos de existência.
            Embora um romance comum, que acentua as extravagâncias dos anos 20 nos Estados Unidos, a pegada filosófica e o relato de fatos históricos tornam a história envolvente e curiosa.
                Quem é Gatsby? De onde ele veio? O que ele quer?
            A narrativa é feita pelo ponto de vista do personagem Nick Carraway, veterano da Primeira Guerra Mundial e ex-aluno da faculdade de Yale, que se muda para Nova Iorque, na península ficcional de West Egg, para trabalhar na venda de ações. Ao longo da história, F. Scott Fitzgerald faz, por meio de Nick, observações hostis sobre a sociedade efervescente de moças de sobrancelhas raspadas e de rapazes tentando conquistá-las, enquanto o enredo se desenvolve subjetivamente por entre o cenário criado pelo autor.
            A casa de Nick se encontra ao lado da gigante mansão de Jay Gatsby, que está situada em alto patamar entre as festas com bebida e música em abundância, abrigando celebridades e ricos grupos. É, também, um grande lugar de mexericos e especulações sobre a vida de seu dono, gerando ainda mais mistério ao seu redor.
            O desejo de permanecer jovem e rico para sempre paira no ar, e Nick entra nesse mundo sutilmente por interesse da parte de Gatsby, quando o convidou para uma de suas exorbitantes festas. Mas, sem se deixar levar pela luxúria desse mundo, Nick continua em sua bolha, a fim de descobrir o que Gatsby tem de tão intrigante e de se manter são em meio a tanta futilidade. Ao longo de seus dias entre West Egg e Long Island, conhece novas pessoas, reencontra algumas – vagas, impenetráveis, esnobes -, acabando, então, por filtrar suas companhias limitadas, como Jordan Baker e Daisy Buchanan. E é por meio de personagens como essas que no desfecho do núcleo de Fitzgerald descobre-se o que cerca esse homem rico que veio do nada.
            Enquanto lia a obra, coloquei-me em um cenário vívido, agitado. Admito que nas primeiras páginas tive que me forçar a uma continuação que não me animava muito. E então as páginas seguintes às mórbidas chegaram. Ah, aquelas páginas! Fitzgerald faz com que Nick pendure alguns fatos no ar, que só virão a ser esclarecidos sabe-se onde naquele livro miúdo; as conexões simples dos personagens são tudo na história e é delas que brotam a essência literária dos anos 20 e as críticas a mesma época. Mas a simplicidade é o que se destaca. Nenhuma festa de Gatsby, nenhuma pequena orquestra de jazz vence o toque humano da narrativa. Você consegue sentir os pés firmes no chão, a agonia, a paixão, a indiferença, como se estivesse vivenciando sua rotina em uma época diferente. Isso é o mundo de Fitzgerald em O Grande Gatsby – extravagâncias sonhadoras, mas a chateadora e intrigante realidade.
            À medida que continuava, a ansiedade crescia. O baque que senti quando terminei... Bem, aqueles que já terminaram um livro amado entenderão.

            ''Mas a garganta dela, cheia de uma beleza dolorosa e trágica, falava da alegria inesperada que estava sentindo.'' (O Grande Gatsby – Capítulo Quinto)

Um comentário:

  1. Esse livro é d++++
    consegue ser tão abrangente na relação dinheiroXdesejo
    que não consigo explicar

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