24 de jun. de 2013

LO. LI. TA.


        A história de ''Lolita'' relata a vida de um professor britânico, Humbert Humbert, de 40 anos, que passa por um redemoinho em sua vida amorosa, vivendo um grande desejo proibido ao estar apaixonado por uma adolescente ninfeta. O romance de Vladimir Nobokov é tachado como indecente e acusado por incetivo a pedofilia por muitos, quando, na verdade, trata-se de uma história trágica sobre amor.
        As primeiras frases da obra, muito famosas em citações, já indicam, em um trecho, o amor e paixão tanto da alma quanto da carne, não desejos pervertidos de Humbert Humbert.
        "Lolita, luz da minha vida, fogo de meus lombos. Meu pecado, minha alma. Lolita: a ponta da língua fazendo uma viagem de três passos pelo céu da boca, a fim de bater de leve, no terceiro, de encontro aos dentes. Lo. Li. Ta. 
         Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu um metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita."

      Humbert Humbert amava Lolita incondicionalmente, pois ela o lembrava muito de sua primeira paixão, vítima de uma tragédia. Lolita sabia o quanto Humbert a amava, e, sendo assim, apenas o usou. Apesar de muito nova, era muito esperta na sedução que exercia sobre Humbert - de uma maneira muito provocante e até mesmo de forma demoníaca.
        A personagem Lolita estava acabando de sair da puberdade; uma garota mal-humorada, que lia revistas teens, escutava canções pops e usava roupas curtas. Era graciosa, desengonçada e, aos olhos de Humbert, perfeita. Humbert a amava tão cegamente que chegou a se casar com sua mãe só para estar perto dela. Assistindo ao filme, você não espera que uma menina assim seja tão manipuladora. Quando cheguei ao fim da obra, confesso que fiquei um pouco revoltada com Lolita, mas, afinal, ela fez tudo aquilo por amor também - mesmo que não o demonstrasse da melhor forma. 
        A obra literária teve duas adaptações para o cinema: uma em 1962 e outra em 1997. Se compararmos as duas obras, em minha opinião, a de 1997 ganha. Na de 1962, dirigida por Stanley Kubrick, um grande diretor, não se conseguiu mostrar toda a essência criada por Vladimir, deixando no filme certos vazios. Talvez Kubrick não saiba dirigir filmes sobre amor?  Acho que a única coisa realmente boa dessa versão é Sue Lyon, atriz que interpreta Lolita. Já a versão de 1997, dirigida por Adrian Lyne, ficou encantadora. Essa versão mostrou o lado mais poético e bonito do livro, mas ao mesmo tempo contém cenas mais fortes de sexo e um tanto perturbadoras. A trilha sonora, composta por Ennio Morricone, mesmo compositor de ''Bastardos Inglórios'', se encaixou direitinho no filme, tornando-o bonito e sentimental.
       "Lolita" é um clássico bastante polêmico, no entanto, deve-se abdicar do descaso para com o tema, pois é de uma beleza encantadora. Recordo-me de quando comprei o livro e de pessoas me olhando de cara feia na rua quando o lia, porém, não me arrependi nem um pouco por ter lido e recomendo a todos. 
      Aqueles que acham que ''Lolita'' é algo totalmente obsceno mudarão suas opiniões e verão que o livro se trata de amor incondicional - assim espero.
"O que Nabokov traz com ''Lolita'' é uma marca da condição humana. Dito nas palavras fortes, com seu estilo impressionante : a labareda na carne"
Bruna Reis

Um comentário:

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